terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu não pedi para nascer... Ninguém pediu.
Mas eu não queria ter vindo e ele insistiu.
Insistiu num erro maldito de me fazer existir.
Insistiu num erro ordinário de me fazer insistir.
Mas o fardo é pesado e não vejo motivos em carregá-lo.
O fardo é insuportável e não consigo mais encará-lo.
O fardo é sujo, pesado, podre e odioso...
...tenebroso!
Eu não tenho mais animo.. não tenho nem desanimo.
Eu tenho uma porção de nada.
Um monte de poeira dentro de uma lata.
Eu passei a ser um zero a esquerda,
um monte de papel inútil dentro uma maleta,
um punhal enferrujado dentro de uma gaveta!
Perdi o que eu não tinha e já não tenho o que vem.
Estou numa estrada de uma mão com vai e vem.
Desisto, jogo a toalha.
A partir de hoje eu sou a falta de corte daquela navalha.
Adeus, abandono o tudo pelo nada.
Chegou ao fim a minha estrada.

Um comentário:

Guilherme Crubellati disse...

Surpreendeu-me com seu talento, hã? ;) Seguirei e favoritarei com muito gosto! ;*