
(06/04)
Não tenho para onde fugir e nem onde me esconder
As paredes têm ouvidos e podem me ver
As portas trancam se por fora e me esquecem lá dentro
E as janelas já me fizeram parte do esquecimento
Os muros estão cada vez mais altos
E os portões cada vez mais escassos
O chão tenta me engolir a noite toda
Mas nada contribui para que eu me esconda
Perco-me dentre as salas
Sou apenas mais uma voz que se cala
Danço nas mesas que desdobram ao me ver
E está escrito com sangue que não pára de escorrer
Corto os braços e esqueço as paredes
Nada aparenta, demonstra os sentimentos destes
Sou apenas mais um cômodo vazio
Inerte, desprezado, congelado com frio
Faço me objeto ao passo que me torno um deles
Sou um quadro invisível aos olhos daqueles...
Torno me nada como sempre serei o nada
Na casa sou apenas mais um degrau na escada
Estou na melancolia de uma sala fria...
Pois nada é como eu queria.
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